OUTROS

JOSIAS CASAIS FRANÇA


Filho único do casal Marcolino Souza França e de Hercília Casaes França, nasceu em Santo Antônio de Jesus em 24 de novembro 1910.  Assim ele se descreveu para Aníbal Viana: “... Em 1926 tive a maior satisfação de chegar em Conquista. Vim, vi, gostei, fiquei e me sinto feliz na terra conquistense, tão fascinante. Quando aqui cheguei fui ensinar as primeiras letras aos filhos do fazendeiro Antônio Vicente de Andrade e de outros. Já fui mestre-escola, tropeiro, vaqueiro,, acertador de animais, fabricante de queijo...” O professor Josias casou-se com uma conquistense, D. Adolfina Lopes Ferraz. 


Ia buscar na natureza a fonte de sua inspiração para seus versos, como em...

CROMO

Que formosa manhã! Que sol ditoso!
Embelezando os campos e floresta.
E o passaredo num cantar mavioso
Vai musicando esta manhã de festa.

Doura-se em luz o prado majestoso
A serra eleva-se em sublime aresta.
Tudo apresenta belo, grandioso,
Até mesmo a flor pequena bem modesta.

Nossa alma vibra numa ardente prece,
Ao contemplar a futurosa messe.
Nos campos em punjante floração.

É nessa apoteose de beleza,
Que canta a própria natureza,
Que vemos Deus – autor da criação!





CLAUDEMIRO AMARAL

Poeta e prosador reconhecido pelos seus contemporâneos. Teve alguns poemas publicado em antologias. Foi um membro fundador da Academia Conquistense de Letras, escreveu:



FELICIDADE

Em Anagé, na casinha onde eu moro,
Três palmeiras alegres e amigas,
Valem por mim. A todas três adoro,
Baloiçando nas palmas mil cantigas...

São orações os cantos que decoro
À sombra delas, vivem sem fadigas
Plantinhas outras, novas que, num coro,
Cantam, também, as orações amigas.

Das plantações, a sombra, os frutos, flores,
Tais corações a soluçar amores,
Vêm trazer-me paz e liberdade.

Faço que durmo. E na janela aberta
Entra sutil, me vê e me acoberta
O doce beijo da felicidade.



 MANOELITO MELO

Era músico e seresteiro. Considerado por Camilo como um dos melhores poetas de Conquista, escreveu pouco. Alguns sonetos, como este:


ÁGUA CANTANTE

A água cantante vai correndo e leva
Num anseio incessante, milenar,
A tristeza da luz dentro da treva
Sob o clarão dolorido do luar.

Nada detém o seu cantor que enleva,
Nada prediz seu íntimo pesar
- Traço de luz iluminando a terra
Para a vertigem rútila do mar.

Água que corres para um mar distante,
Teu anseio de abismo altissonante
É o mesmo anseio onde a minh’alma ponho,

E, como tu, sigo a cantar, ó água!
Como tu, rolo eu, de mágoa em mágoa
Para o mar infinito do meu sonho.




J. CANA BRASIL

Poeta e médico foi um admirador de Camilo, escreveu, mas não publicou seus poemas. Optou por poemas com inspiração na ciência e na filosofia, como este de cunho holístico:

"Penetrar todo o ser, unir toda a criação
Ouvir a voz de Deus na voz minaz das feras.
Achar o ponto inércia imerso no tufão,
E a música do amor no giro das esferas.

São meus irmãos o barro, a estrela, o escaravelho
Toda a criação sentindo, eu sinto, arrebatado,
Que Deus, por certo, é meu irmão mais velho".





ANTONIO VIEIRA E SILVA

Conquistense nato. Cronista  poeta, colaborou com o semanário “O Jornal de Conquista”.


CONCEIÇÃO

Nas insondáveis regiões da mente,
Sob tortura constante do sofrer,
Vaga talvez da alegria uma semente,
Que algum dia poderá crescer.

     A ignominia do mundo,
     Que rege minh’alma insana,
     E a causa do sofrer profundo,
     Que me abala, que me cansa.

          No afã de ser feliz,
          Nesta vida sofrida
          Em meio a solidão,

               Algo me diz:
              - Só sentirás amor nesta vida,
              Nos braços de Conceição.


MENDIGO

No silêncio que nos é imposto pela noite,
Ouço murmurar o vento frio,
Que castiga a face do mendigo;
Pobre farrapo esquecido.
Será que sonha?
Ah! Sofredor incógnito,
Que passa pela vida,
Sem ao menos vivê-la.
Ah! Mártir,
Que unicamente tem por causa:
- O pão de cada dia.
Se te alimentas hoje,
O amanhã é esquecido,
Ser desprovido de ideal,
Que tem o sofrer por estandarte.
Onde anda a dignidade humana?
Por que andas qual ratazana?
Por que rastejas?
Porque?




FUAD MARON

De sangue oriental sírio-libanês. É natural de Ipiaú, vindo morar em Conquista em 1973. Sua predileção, como amante das letras, é a poesia de cordel. Foi um dos fundadores da Academia Conquistense de Letras.

Certa vez foi desafiado por Íris Silveira que lhe glosasse o mote: “Se Conquista fosse uma puta”.

De imediato ele respondeu:

“Em seio empinado
Linda em uma bacia
Você, conquista, é poesia
Me deito no seu passado
No seio da rosa amarela
Minha Conquista tão bela!
O seu progresso me insulta
Se Conquista fosse uma puta
Eu queria ser filho dela!...”




YOLANDO FONSECA



 Acervo do Museu Regional da UESB. 




AINDA, os poetas:




- CLOVIS ÁLVARES DE LIMA
- FLÁVIO JARBAS VASCONCELOS
- AROLDO RAMOS

Pesquisa: Fernando Odilon
Bebido nas Fontes de: Aníbal Viana
               - Revista Histórica de Vitória da Conquista
                 
                 Mozart Tanajura
               - História de Conquista




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