quinta-feira, 4 de março de 2021

AUTO DAS 12 LÉGUAS TIRANAS

 


A intenção desse trabalho não é fazer juízo de valores, apenas contar uma triste passagem da nossa história demonstrando a força e a luta de uma sertaneja que não se dobrou, pela dor, na busca daquilo que ela acreditava: A sua razão, o seu direito e sua verdade.

 

 

 

 

 



No final do ano de 1895, no então distrito de Belo Campo,

Preste atenção como começou essa história triste do lugar.

Na época, foi o maior massacre já acontecido na Bahia.

Ficou na memória de todos como “Tragédia do Tamanduá”.

Uma vaca inquieta, supostamente, começou a contenda.

E, até hoje, as lembranças e as marcas ainda pairam por lá.

 

O ano de 1895, decididamente, não foi um ano bom para o conquistense e em particular para a família Ferraz.

 

Vamos nos situar em um fato inusitado, pela coragem e determinação movida pela dor, que antecede à vingança que causou a chamada “Tragédia do Tamanduá”.

O ano de 1895 mal começa e, em decorrências de fortes desavenças entre pessoas da mesma família, cujo motivo se refere, supostamente, a um animal dos familiares de Lourença, que, em anos anteriores, teria passado pela cerca que separava as fazendas, causando danos às plantações da roça de mantimentos do vizinho Cel. Domingos gerando atritos entre os filhos de Lourença e o genro do Cel. Domingos e culmina, no dia 11 de janeiro, com as mortes de dois irmãos, que estavam acamados, por Afonso. Este fato desagua no fatídico 20 de outubro de 1895.

No céu das fazendas Tamanduá e Pau de Espinho, pequenos gaviões, conhecidos por Acauã, que, no imaginário popular, é mensageira de notícias más, voam de galho em galho por entre as árvores da redondeza e começam a cantar um canto que não era prazeroso de se ouvir.

Em um ano anterior a 1895, não se sabe precisar, um velho trabalhador da casa do Coronel Domingos, dá a notícia:

- Ioiô, Ioiô... Zequié disse que uma vaca foi morta de morte matada lá no limite do “Pau dispin”.

 

(A fazenda Pau de Espinho, que pertencia a D. Lourença, era vizinha da fazenda do Coronel Domingos)

 

- Tá bom, depois manda alguém saber o que aconteceu.

 

Afonso, genro do coronel Domingos, que não tinha um bom relacionamento com os vizinhos, ouve e entra na conversa.

 

- Cel. Domingos, deixa isso comigo. Eu mesmo vou resolver essa parada com os vizinhos.

O Coronel sabendo do sangue quente do genro, tenta relevar a situação.

- Não precisa, Afonso. Deixe que meus camaradas resolvem isso.


Mas Afonso não acata o conselho e ao encontrar os vizinhos, os dois irmãos filhos de Lourença, no povoado de São João da Vitória, conhecido, na época, apenas como Batuque, onde tinha um comércio, tomou satisfação.

 

- Deixa eu falar uma coisa pra Vocês!  Vocês vão pagar caro pelo prejuízo causado na roça do Cel. Domingos.

 

- Seu Afonso, o animal que entrou na roça de Seu Domingos não é da nossa fazenda!

 

- Mentira, moleques safados.

 

Insatisfeito com a resposta o genro do coronel entra em discussão com os dois rapazes.

 

E puxando um facão avança em direção dos rapazes.

 

- Se preparem para apanhar.

 

Os dois irmãos pegam os seus facões e começa uma briga de facão.

Entre os tinidos dos facões e gritos de dor, Afonso apanha e sai do povoado humilhado, mas cheio de ódio.

E Afonso, genro do coronel, apanha e sai do povoado humilhado.

 

- Isso não vai ficar assim. Vocês não perdem por esperar. Vocês vão ver com quem estão lidando.

 

Sabendo que as coisas iam piorar, que Afonso não era de levar desaforo para casa, os rapazes fogem para outra localidade chamada Tabocas (Itabuna) onde havia muita umidade por conta das matas e chuvas constantes. 

Passado um tempo, como não eram acostumados com o clima da região, adoecem de impaludismo e são obrigados a voltarem para casa, ainda convalescentes.

 

No dia 11 de janeiro de 1895, o genro do coronel, agora investido de um cargo, tipo subdelegado, sabendo do retorno dos rapazes vai até a casa deles, na fazenda, com força policial para prende-los e os encontram acamados, ainda pela febre.

O genro do coronel, que havia assumido o cargo de representante da lei, aproveita a oportunidade provoca uma discussão e dá ordem de prisão. Os irmãos se recusam em acatar a ordem de prisão, a situação fica acirrada e os irmãos Sergio e Gasparino, são mortos. 

D. Lourença, encontrando os filhos mortos, faz uma carga macabra. Põe os dois filhos no lombo de um burro sai no fim da tarde tomando a direção de Conquista. Caminha dia e noite em direção à cidade em busca de justiça.


São doze sofridas léguas de distância até a cidade de Conquista;

 

No começo de 1895, aconteceu no “Pau de Espin”.

Deus Dará... Deus Dará... Deus Dará...

Foi a coisa mais grave que nesta terra já vi.

Uma briga de família que teve um triste fim...

Deus Dará... Deus Dará... Deus Dará...

E, do Auto das doze léguas tiranas, a Cauã

Pede vossa permissão e vai contar, assim...

Deus Dará... Deus Dará... Deus Dará...

 

Os filhos de Lourença foram acusados, mas negaram.

Afonso, genro do coronel, era valente e respeitado.

Quando ficou sabendo do ocorrido, tomou as dores.

Certo dia viu Sérgio e Gasparino e partiu obstinado.

Discutiram e lutaram de facão e Alonso saiu ferido.

Os irmãos fugiram para Tabocas e o caso piorado.

 

Doentes, os irmãos voltaram para tratar de impaludismo.

Chegaram na fazenda e foram tratados pela mãe, Lourença.

Afonso, agora no cargo de subdelegado, foi fazer a prisão.

Encontrou-os acamados, ainda sob o efeito da tal doença.

Em 11 de janeiro de 1895, foram mortos com vários tiros.

Resistência à prisão, justificou para o termo da desavença.

 

Entre a determinação e o sofrimento, uma tarefa a cumprir.

Difícil imaginar o que se passou no âmago daquela viagem:

Sair do Pau de Espinho em direção à sede do município,

Aproximadamente doze léguas percorridas com coragem.

Mistura de sentimentos: dor, revolta e senso de justiça.

Há disputa de anjos e demônios em torno daquela imagem.


CORUJA

Que a vida na estrada do mundo se esvazia,

Foge a sanha da mente doentia e tosca

Em mortes matadas e morridas se exauria

Deixa na terra a imagem triste e fosca

Os jovens tombam indefesos, quem perdoaria? 

O sertão, pó que abunda, cobre a alma não forra

Só espera pela lei divina antes que a terra morra.

 

Um dia de cada vez se vence a angustia da espera.

A justiça se desiguala pela diferença da sorte.

Quem nasce no julgo do poder se faz besta fera,

Que enfraquece o fraco e fortalece o forte.

O ciúme, a inveja que corrói e destempera.

O poder corrompido esconde a face do medo.

Veste a capa do bruto para se manter em segredo.

  

Pós, diademas, não escondem o verniz já sem brilho.

Escolhas erradas...cobranças por vinganças inúteis.

Na esteira rude que acolhe e adormece qualquer filho,

Germinam e brotam lembranças e ideias ermas e fúteis.

Se esgota a razão, logo se dispara balas em estribilho.

Por muitos, é o único conceito conhecido de coragem.

Nos templos, dobram-se joelhos e a irmandade fica à margem. 


A Cauã é uma ave da caatinga,

E é um bicho cantador.

Sua lenda no sertão é antiga:

E vem marcada com muito temor.

 

Se cantar no galho verde é bonança,

Podes dar graças ao Senhor!

Mas se for num galho seco, é lambança.

Nem é bom saber pra quem ela cantou.



Num galho seco canta a cauã

 

Cauã... cauã... cauã... cauã

Eu vi toda a batalha antes de acontecida

Eu gritei avisando com meu canto cauã,

Não me deram atenção e a sorte foi vencida

Agora há quem chora e clama num lamento vã.

 

Nesta peleja animalesca, sobra inferno... falta céu...

Pela ilusão de querer ser dono do que é do chão...

Da terra disputada, fica a dor com cara de réu

Quem aprende com a vida, ouve a cauã na anunciação.

 


LOURENÇA

 

Canta de novo a cauã...

Canto sem vida, sem graça...

Agourento traz sorte vilã.

Deixando a esperança na sarça.

 

Já num basta o desespero

Das ilusões mundanas...

Vou deixar este terreiro

E andar por 12 léguas tiranas.

 

Xô... grito triste de tormento...

De um triste viver amordaçado

A me lembrar a cada momento,

Que meu coração tá despedaçado.

  

- Meus fi foram mortos, mas que maldade das pior.

Sinto tanta dor que me dá escurecimento de vista.

Cadê ocê, meu Deus!? Que neste momento me faltou!?

Me deixou aqui sozinha nesta luta cruel e realista.

Me ajunta as forças pra fazer o que tem de ser feito.

Vou amarrar os dois na mula e rumar para Conquista.

 

Que disgrama de vida. Num tenho paz, num tenho sossego,

O dia vai acabar. Vou arriar o animal e tocar pela estrada.

Vamos mula careta... apresse o passo antes da noite escurecer.

Cauã cantou no mato mas o pior já aconteceu. Mió ficar calada...

Vamos por Deus Dará, Tamanduá, Sabiá, Mandacaru, Batuque, Panela.

Os corpos dos meus fi tão no lombo do burro, vítima de gente marvada.


O URUBU

Deixa que nós resolvemos estes retesos

Aliviamos seu peso, fique só com a sua dor

Conhecemos nessa nossa vida todos os desprezos

Somos os lixeiros do sertão, ao seu dispor.

 

LOURENÇA

Quero ver se tem justiça neste mundo, vou levar pro intendente.

Oia... urubu inté de noite. Bicho danado, sentindo cheiro da morte.

Meus filhos doentes, em cima da cama. Covarde... matou à traição.

Tão perdendo tempo. Vão procurar comida em outro norte.

Lua cheia quilariô. Que bom, meu Deus. Inda falta metade do caminho.

Meu peito queima de raiva. Que sina miseráve é minha sorte.

 

 A CASCAVEL

Chisxixixixixi – vai fazer seu destino, vingar seu futuro.

Mataram seus filhos e te deixaram sem vida e sem rumo.

Seu luto é eterno. Quero te lembrar com meu mau auguro,

A vingança é a saída pra quem não gosta da vida sem prumo.

 

Vá mesmo... tocando sua mula... sua raiva não é falsa...

Quando dou o meu bote, é sem pena, sem medo, sem dó.

Se descarrego veneno, vai junto da raiva a desgraça

Só não mexam comigo, não sou amigo e por isso vivo só.

 

LOURENÇA

Cascavel... Bicho peçonha... agourento danado.

Isso não é boa sorte... vá procurar seu igual...

Tem homem que nem tu, pra todo lado.

Não tenho futuro perfeito, tudo que vejo é sinal.


CORUJA

Nesse mundo o que vigora é a ilusão,

Nem sempre o que se vê é o que parece.

Na natureza o que vibra é a emoção,

Conhecer nosso interior é o que carece.

É triste a sina de quem planta violência,

A colheita é obrigatória, vem o que merece.

 

Saber plantar a paz, harmonia e paciência

E esperar que o tempo traga a colheita real. 

Descarrega este peso dobrado dos ombros

Que dobra o sentido da dor física e emocional.

Carregue só o essencial que suporte seus membros.

Na vida, o que pesa é o excesso de bagagem irracional.

 

LOURENÇA

É noite escura como minh’alma.

Escura...  só com estrelas a piscar.

As trevas da noite a esconder caminhos,

Ecoa meus lamentos que fico a chorar.

Me respondem os pios agourentos

Da mata assustada ao me ouvir gritar.

 

Tem um ribuliço danado em meu peito e em minha cabeça

Uma mistura de sentimento: sinto raiva, traição e medo.

Um aperto no peito que me sufoca querendo vingança...

Tamanha covardia que faz do sentido da lei um arremedo.

 Esse sertão de luta, faz do meu viver um mundo solitário,

Tira do fundo d’alma o que há de pior, o que há de degredo.

 

Vamos sair desta sombra de tamboril, num temos o dia todo.

Sombra boa pode viciar e num temos tempo pra descansar.

Já dei água pra mula. Comi minha farinha com rapadura.

Vamos mula careta. Aperta o passo. Já passamos por Iguá

E Campinhos. Conquista tá chegando é logo ali mais adiante.

Vamos entrar no covil das cobras. Tô começando a enxergar.

 

A CIGARRA

-Canto da cigarra – Vamos cantar para aliviar e espantar a raiva.

 

Pooo- po- po- po - poo

Saio da toca, fora de minha época no sertão,

Só pra cantar pra vosmecê, minha menina.

Aliviar um pouco mais a dor do seu coração

Com esta sincera e singela prece pequenina.

 

Ave Maria da Caatinga... a quem amamos.

Traz a paz para esta terra... mãe de amor!

E põe a paz no coração dos humanos, te rogamos.

Põe a fé e alivia este coração da tristeza e da dor.

 

Peço a Deus que tire o ódio do seu coração.

Sei que é muito triste o sangue derramado.

O tempo é senhor da vida e o caminho do perdão.

A vingança, tortura, é o fel que vai ser multiplicado.

 

LOURENÇA

Cigarra neste mês?! Pronto. Estamos chegando mula careta.

Vou te descarregar na escada da igreja e percurar o Intendente.

Ocê pode descansar desta carga macabra que carregou.

Aqui é o lugar de ocês, meus fi. Pra um descanso decente.

Num tiveram sorte na vida. Que, na morte, Deus lhes dê a paz.

Vou atrás de justiça. Mostrar minha raiva pra não ficar demente.

 

Lourença, exemplo de mulher disposta e corajosa.

Em meio à dor, promoveu uma cena de muita intensidade,

Fez dos cadáveres dos dois filhos uma carga macabra.

Colocou no lombo do burro e os levaram para a cidade.

Deixou na porta da igreja e procurou o intendente.

Joaquim Correia de Melo para  narrar toda a calamidade.


Lourença deixa os corpos na igreja e sai à procura do intendente.

O sol ia alto e os curiosos saíram das janelas e foram para a igreja ver a cena de perto. Os corpos postos na escadaria.

O padre aparece e, junto com os curiosos, como caridade, fez as orações para a alma dos mortos, ainda com os corpos presentes.

 

Lourença, exemplo de mulher disposta e corajosa.

Em meio à dor, promoveu uma cena de muita intensidade,

Fez dos cadáveres dos dois filhos uma carga macabra.

Colocou no lombo do burro e os levaram para a cidade.

Deixou na porta da igreja e procurou o intendente.

Joaquim Correia de Melo, para narrar toda a calamidade.


Os corpos dos meus filhos estão lá na rampa:

Agora vosmecê enterra ou vosmecê come.

Venho de doze léguas tiranas... ocê deixe de pompa

Não tenho medo do poder, mesmo dum infame.

 

Não sou demônio, nem santa, se fiquei foi louca.

Só labuto nesta vida contra tudo e sem descanso,

Quero que faça justiça, mesmo que seja pouca,

Pois não tenho mais vida pra perder neste remanso.

 

Trouxe a carga macabra, me dei uma nova lida

Na mente criei e carrego minhas peçonhas.

Nunca pensei que inda nesta minha vida

Fosse ter que jogar na cara suas vergonhas.

 

-“vocês mataram meus filhos, eu trouxe os seus cadáveres.

Estão lá na igreja, se não quiserem enterrá-los, comam”.

Disse ao então Intendente, descarregando sua revolta.

Depois foi à Igreja e ajoelhou na escada. E todos a olham.

-“À Justiça Divina entrego o julgamento do caso das mortes

de meus filhos, tão injustamente”. Os olhos se molham.

 

 

(Depois de enterrar os filhos ela retorna pelo mesmo caminho.)

 

Pronto mula careta... cumprimos nossa missão.

Se é que missão é viver e passar por essa tortura

Foi entregue a encomenda das mais tristes do mundo.

Com essa sina obscura, tô presa na pior clausura.

Perdida, que nem barco sem vela... num abismo profundo.

A cabeça roda, fervilha, a terra gira que me dá tontura.

 

A CORUJA

Nada mais será como antes.

Mais sangue a sumir das veias.

A morte no lombo de mercantes

E a sorte a cair em suas teias.

 

No mundo das ilusões,

Rastros de ardis frementes

Perpetuam os grilhões

Nas embotadas mentes.

 

A dor lancinante e reprimida

Por essas incontidas emoções,

Vaga em busca de comida

E explodem que nem vulcões.

 

A dor lancinante e reprimida

Por essas incontidas emoções,

Vaga em busca de comida

E explodem que nem vulcões.


A dor suportada te torna perigosa

Pois te dá coragem para vencer

É alimento que a torna vigorosa

E mostra a todos que podes sobreviver

 

CASCAVEL

Sou irracional, sou temida por ser matança.

É da minha natureza de peçonha ser assim.

Não ataco por covardia, prazer ou por vingança

Reajo e defendo quando causam dor em mim.

 

O homem, na sua sombra, vive preso ao medo,

Usa a inteligência... se sente vítima e ataca.

Age com intenção e num ardil covarde tredo.

Por um poder distorcido pelo ego, da arma saca.

 

Provoca a guerra e a dor pela sua fútil vontade.

O homem quer um inimigo e segue um plano faceiro.

Escolhe um culpado e incute o medo e o ódio sem piedade.

Depois, travestido de líder, aparece como justiceiro.

 

Busca apoio justificando a necessidade da guerra

Como única forma de salvação e de restabelecer a paz.

Ainda se acha no direito de querer aplausos na terra

Medalhas e honrarias se dizendo herói e salvador capaz.

 

CORUJA

O medo que se perpetua no homem

É a separação entre a mente e o coração.

O poder projetado em inimigos imaginários,

Achando que querem destruí-lo, entra em ação.

Pessoas, instituições, países, fazem guerras.

É preciso reconhecer o caos e aprender a lição.

 

Movidas pelo orgulho, poder, vaidade e medo.

O caos é uma forma de aprendizado pela dor.

Mudar o caminho e a forma de levar a vida,

Rever as formas doentias arraigadas no interior.

Enfraquecer o medo alimentando a coragem.

Derrubar cercas e construir pontes com amor.


Entender e cuidar das necessidades da mente.

Escolher o compartilhar e não o combater.

Alimentação, segurança, liberdade, harmonia...

Despertar o ser criativo para se desenvolver.

Entender nossos anseios mais profundos de vida,

E alcançar a comunhão com a paz e a luz do saber.

 

Do ser sensível e perceptivo para entender a lida.

Do desenvolver os verdadeiros dons e habilidades.

Do cuidar e acolher as dores das pessoas e outros seres.

Do entender e lidar com as verdadeiras necessidades.

Do separar desejos e necessidades, do aprender e ensinar.

Do respeitar e aprender que cada um tem suas verdades.

 

Aprender e ensinar, sem se incomodar.

Os indivíduos têm seus dons e suas diferenças.

São instrumentos recebidos, inerentes a cada um,

Para ser caminho de aprendizados e mudanças.

Entender que todos têm o direito de estar aqui

Em benefício de si mesmo e do todo, em alianças.

 

Evitemos as guerras, com os outros e com nós mesmos.

Tratar do medo, orgulho, prepotência, vaidade e emoção.

A necessidade de poder fortalece as ilusões do ego.

Alimentando e matando a sede dos famintos de atenção,

De si e dos outros, esclarecendo e dando rumos aos confusos,

Com amor, alimento do corpo, da alma e da compreensão.

 

Observar, reconhecer e tratar as necessidades de controle.

Amar-se para amar, compreender-se para compreender.

Perceber que têm mais para agradecer do que para reclamar.

Curar, curando-se. Ser paciente para saber entender.

Curando seu inconsciente para curar o inconsciente coletivo.

Cultivar a Lucidez, o amor e a empatia. Saber entender

 

O amor é o silêncio que nutre o tempo onde floresce a vida.

A dor é prova de fogo que endurece a carne e fortalece a alma.

Dias sofridos, noites escuras. Se tropeças, siga de cabeça erguida.

Siga adiante andando para seu propósito com a fé que acalma.

Daqui eu te saúdo pela coragem de permanecer de pé.

Só o amor pode aliviar teu conflito e enxugar tua lágrima.

 

CAUÃ

Cauã... cauã... é triste minha sina, meu penar,

Ouvindo a fala da peçonha eu tenho dó.

Vou continuar meu canto triste sem cansar,

Pois a época é difícil e uma desgraça nunca vem só.

 

Cauã... Cauã... Cauã...

 

 Por: Fernando Odilon

2019 


Adaptação:

Evento narrado no Livro Digital, “Conquista em Versos: A Saga de Uma Cidade e a História que o Tempo Conta” por Fernando Odilon Lopes Santos

 Fonte original de pesquisa:

Revista Histórica de Conquista de Aníbal Lopes Viana

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, sugira e ajude com novos com novos materiais para publicação dentro do tema.