ÍRIS GERALDO SILVEIRA

Nasceu
na cidade de Pedra Azul, Minas Gerais, no dia 7 de setembro de 1912, sendo seus
pais o saudoso médico Dr. Crescêncio Antunes Silveira e D. Cândida Guimarães
Silveira.
Quando
contava com 5 anos, em 1917, acompanhando seus pais, veio para esta cidade, que
adotou como terra natal.
No
Colégio São Luiz Gonzaga, em Caetité, terra de seus progenitores, fez o curso
primário completo. Por motivo de saúde foi impedido de continuar os estudos.
Em
1933, foi nomeado Adjunto de Promotor desta Comarca. No mesmo ano, depois de concurso,
foi nomeado, Escrivão da 2ª Coletoria Estadual desta Cidade.
Criada
a Coletoria da então Vila de Caatiba, em 1940, foi nomeado Coletor em 1941.
Eleito
vereador em 1950 e reeleito em 1954 e no exercício do mandato foi ele com o Dr.
Alberto Faria e Jesus Gomes dos Santos, também vereadores, escolhido para ser
um dos redatores do Regimento Interno da Câmara Municipal, considerado por
autoridades no assunto, como o melhor de todos os regimentos de Câmaras
Municipais da Bahia que é ainda vigorante em nossa câmara (1980).
Em
1962, foi eleito Prefeito do novo município de Caatiba, como candidato único,
em reconhecimento dos serviços prestados àquela localidade como grande
batalhador em prol de sua emancipação política.
Como
apreciado cronista e excelente poeta nato, abrilhantou com sua valiosa
colaboração as colunas dos jornais conquistense.
Não
quis que se publicassem livros de sua autoria, alegando que “não tinha
condições de imprimir versos baratos em papel caro”. Grande modéstia!
Era
associado da “Associação Baiana de Imprensa”. Foi um dos fundadores da “Casa da
Cultura” desta cidade e membro de sua diretoria.
Soneto:
ACUSAMOS!
Basta
de tanto horror! De tanto crime, basta!
Há
um lamento gritando em cada fim de rua!
Na
hora do lupanar, a virtude se arrasta,
Carregando
ilusões de um povo que recua!
Nossa
terra e um alcouce. Uma terra madrasta,
Onde
a roupa mal cobre a burguesia nua.
E
nem Deus lança a vista a esta terra nefasta,
E
a desgraça do pobre, em cada olhar, flutua!
Viva
o opróbio, a vergonha, a iniquidade, viva!
Chore
a dor, a miséria, a humanidade inteira!
Que
se afunde, no abismo, esta terra cativa!
Surja
no horizonte, outro Deus, outra terra!
Abra-se
um novo mundo à gente brasileira,
Ainda
que ferva o sangue aos incêndios da guerra!
ANTONIETA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Esta
ilustre senhora que desfruta de lugar de destaque entre intelectuais baianos e
de outros estados, como poetisa, pintora e escritora, não é conquistense nata,
porém adotou Vitória da Conquista como sua terra natal, “fazendo-se
conquistense pelo amor”.
Nasceu
na cidade de Bananeiras no Estado da Paraíba no dia 12 de junho de 1939. Com seus
pais, veio ainda criança residir nesta cidade em 1950 onde fez o curso
primário, ginasial e pedagógico.
Teve
vários trabalhos publicados e em 1982, publicou o livro “Três Tempos de Poemas”
que recebeu fortes elogios de consagrados intelectuais, inclusive, do Dr.
Nilton Gonçalves, da Academia Conquistense de Letras e jurista de escol. Ainda
em 1982, mudou-se para Salvador onde passou a residir.
Deste
seu último trabalho literário, vai aqui transcrito este poema:
VIVESCÊNCIA
“Te
agradeço, senhor...
Por
tanto bem que me fizeste.
Pelos
caminhos...
Que
até agora caminhei.
Pelo
lugar onde nasci, Bananeiras.
Pela
cidade de Açu.
De
onde tenho recordações
Da
minha mais tenra infância.
Pela
querida Vitória da Conquista,
Onde
desabrochei
Para
a vida plenamente!...
Curso
Primário – Barão de Macaúbas
Parte
do Ginásio, com o Padre Palmeira
Pedagógico,
na Escola Normal.
Tive
aí, os melhores e inesquecíveis mestres:
Everardo,
Barreto, Ademar Raimundo,
Mármore
Neto, Ivan Brandão, Pedral Sampaio,
Nilton
Gonçalves, Orlando Leite Atemiro e Odete,
Celina
Cordeiro, Silvia, Maria Lúcia e Ester...
E
tantos, tantos outros; e entre estes, memoráveis,
A
minha Estrela Azul, brilhante – NINHA (IN-MEMORIAN)
Conquista!
Onde vivi meus sonhos de menina,
Fiz
castelos e encontrei meu Príncipe.
Fiz-me
mulher e plena de viço,
Tornei-me
MÃE!...
Te
agradeço Senhor!...
Pelos
pais e irmãos de deste,
E
que essa cidade, tão bem nos acolheu.
Fazendo-nos
sentir, Conquistenses pelo amor.
Pela
outra etapa da minha vida,
Aqui
em Salvador, onde o Senhor do Bonfim,
De
braços abertos, recebeu-nos
E,
abençoando-me, fui MÃE, pela segunda vez!
Te
agradeço, Senhor.
Pela
energia que me dás
Renovando-me
em cada dia.
Pelo
amor que tenho a minha profissão,
Enriquecida
na troca mútua,
Do
dia-a-dia de vivência, com os jovens.
Pelos
amigos verdadeiros, sinceros
Que
ao longo da existência,
São
solidários nas horas certas e incertas,
Marcando
presença na alegria ou no revés.
Pelos
colegas queridos, irmãos em ideal,
Que
exercem com AMOR, a profissão divina
De
EDUCAR para a vida!...
Eu
te agradeço, Senhor.
Por
toda esta sensibilidade que me deixa em êxtase,
Diante
à magnitude de tua obra excelsa – a NATUREZA,
Diante
do AMOR, que é a essência da Vida,
Diante
da Vida, que é o verdadeiro Caminho,
Para se chegar a Ti, Senhor!...”
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