Fazemos parte da mesma história, da mesma cultura. A história de Vitória da
Conquista é minha, é sua, é de quem nasceu aqui e é de quem ia passando pelas estradas e parou para pernoitar e gostou a ponto de ficar para viver e contribuir para o seu desenvolvimento. Assim, fazendo parte do mesmo “teto”, somos responsáveis pela
continuidade desta história. É importante conhecer seu passado e como
seus hábitos, costumes e cultura estão presentes e interferem em nosso dia a dia.
Entender sua história é reconhecer que temos antepassados em
comum e que tiveram sonhos, dores e amores, que sorriram e choraram para fazer o
melhor que podiam para construir uma família e uma cidade.
Este trabalho visa dar conhecimento aos que não
tiveram a oportunidade de conhecer os antepassados responsáveis pela verve
criativa no campo das letras e, para os curiosos e garimpeiros da arte poética,
se deliciarem lendo as histórias e poesias dos grandes poetas que viveram,
conviveram e sonharam no entorno do Morro da Tromba, berço da cultura conquistense.
Para isso, peço permissão aos saudosos historiadores, memorialistas e antepassados culturais, Aníbal Viana e Mozart Tanajura, também como forma de
homenageá-los, para bebericar nas suas fontes e trazer para o nosso convívio,
através deste Memorial, os legados deixados em forma de poesias utilizando o
lápis como traço de união entre os que viveram e os que vivem no parnaso
conquistense, pois os sonhos e as artes não têm um ponto final, têm
reticências... Internautas em trânsito, pare um instante e conheça um pouco da cultura de nossa Vitória da Conquista, a joia do Sertão Baiano.
É homenagem, mas é, também, uma forma de matar a saudade mantendo viva a chama cultural dos nossos antepassados da arte poética. Dizem que saudade é o amor que fica.
E por falar em saudade... diz aí meu amigo e parente, Movér. Como é?
“SAUDADE
Um
vazio imenso crescendo e trazendo malemolência,
A
consciência plena marcando um vazio na existência,
Doendo
e ferindo por dentro, ao sentir de ti a ausência,
Saudade,
bate em outra porta, não me ensine esta ciência!
Ah!
Se eu pudesse eu matava, eu te matava oh! Saudade,
Se
não pudesse te matar cortava tuas asas um pouquinho,
Saudade,
tu ias voar baixo, ia tirar tuas penas sem piedade,
Quando
tu voares pra em longe! Tu só vais voar baixinho.
Saudade,
que bate no peito, chega ou sai, se esvai sem demora,
Saudade,
tu não virás pra mim se de tuas asas as penas caem,
Saudades
lá da infância, no meu coração, tocas, bate e chora,
Saudades
de meus amores, que machucam e gritam em ais.
Triste
de quem não sente saudade, seu peito tudo encerra,
Arrancando-te
pena por pena, pro meu coração tu não vais,
Oh!
Saudade que muito magoa não vai voltar pra minha terra,
Sem
asas pra voar mais alto a saudade voaria rente ao chão,
Não
magoaria mais a gente, pois não passaria sobre a serra,
Sorrindo
não sentiria mais saudade e nem esta bendita aflição.
Sentir
saudade é gostoso, mas não sentir, bem que é melhor,
Saudade
nos fere por dentro deixando suas marcas doridas,
Mesmo
ferindo a alma por dentro, por fora o arraso é maior,
Ficamos
com o semblante abatido marcado por suas feridas.
Quem
quiser sentir saudades deixe o amor ir para bem distante,
Quem
não quiser sentir saudade não deixe o amor ir embora,
Saudade
que dói dentro d´alma, mais que o travo vil e rascante,
Se
não suportas a saudade, amarra-te ao teu amor sem demora,
Saudade
é faca de dois gumes, levando-nos a chorar e
a sorrir.
Tendo
saudade de ter saudade! Quero mesmo é saudade agora.
Sem
saudade a vida é bem triste não tem mais sentido o existir,
Ao
longe a saudade voava em silêncio, bem perto o doce colibri,
Se
de mim nunca te lembras! Eu não consigo esquecer de ti”...
Vitória
da Conquista, Ba. 12/12/2006
Edimilson
Santos Silva Movér
QUE TAL CONHECER A HISTÓRIA DE CONQUISTA ATRAVÉS DE VERSOS?
Pesquisa: Fernando Odilon
Bebido nas Fontes de: Aníbal Viana
- Revista Histórica de Vitória da Conquista
Mozart Tanajura